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segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Miró, Factura da Sorte e afins

Alguns apontamentos dos últimos dias e que deixo aqui para reflexão:

- Toda esta história em volta dos quadros de Miró só demonstram os tiques de rico de que padecemos, e que sempre foi nosso apanágio desde os tempos da monarquia, onde a nobreza vivia no luxo e o povo na miséria.
Agora temos uma classe politica onde uns não sabem governar (todo este processo do leilão foi muito mal explicado, andaram as obras escondidas sabe-se lá onde e agora, sem mais nem menos vão ser vendidas) e do outro lado uma oposição que é a caricatura perfeita de todas as oposições de esquerda ou direita ao longo das ultimas décadas.
Portanto, é melhor ficarmos com uns quadros que nem eram legado do Estado, guardados numa barracão qualquer, do que vende-los e abater a divida do BPN que está a ser paga por todos os contribuintes. Estamos a falar de um espólio que nem era do Estado, era de uma entidade credora, portanto não estamos a perder qualquer tipo de património.

- Em relação às facturas da sorte, este novo "concurso" promovido pelo governo não é mais que uma caricatura da nossa realidade. Muito criticamos a evasão fiscal, o enriquecimento ilícito, mas quando se trata de fazer alguma coisa contra isto, baixamos a cabeça e assobiamos para o lado. Para combater esta postura, o governo apostou em algo que tantos gostamos: na sorte.
Se acho isto uma medida correcta? Não, porque há toda uma promiscuidade em torno desta questão, parece que estamos numa situação folgada para andarmos com sorteios deste género.
Se é uma medida inteligente? Sim, porque agora muitos dos que dizem contra a medida, pedem factura e o Estado ganha duas vezes, seja pelo combate à evasão fiscal, seja pelos próprios prémios, pois quem quiser ficar com o carro (onde o estado poupa 23% do valor total por ser IVA) terá de pagar imposto de selo que vai para precisamente para o Estado.


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