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segunda-feira, março 14, 2005

Dor no joelho – da ficção à realidade (1ª Parte)

A vida reserva-nos coisas surpreendentes e, por vezes, somos confrontados com certas e determinadas situações das quais não temos argumentos para explicar porque razões aconteceram.
Esta treta toda só para falar da coincidência enorme que existe entre o nome do meu blog e o problema que, de facto, tive no joelho.
Talvez por toda esta situação grotesca, resolvi escrever este texto que conta toda a história, desde a lesão até à operação (a operação será desvendada na 2ª parte desta saga). Portanto, cá vai.

Em relação à dor no joelho, ou dita cuja lesão, tenho de recuar até ao dia 3 de Agosto do ano que passou. Estava eu muito bem a jogar à bola com uns amigos quando comecei a sentir dores na perna direita. Como nunca tinha tido uma lesão de média gravidade, não dei muita importância e, apesar de estar a jogar limitado, deixei andar a coisa. A dada altura vou rematar a bola para a baliza e “zás”; senti uma dor aguda no joelho e não conseguia por o pé no chão. Saí logo de campo à espera que a dor passasse mas não parecia ser assim tão simples e ainda por cima, não fazia a mínima ideia do que poderia ter acontecido. Fui-me embora e como a minha casa não era longe do campo fui a pé, apesar das dores. No entanto, o meu pensamento era o mesmo, sempre que tinha pequenas lesões: “Amanha isto passa, ah!”

O que é certo, é que no outro dia continuava com dores e apercebi-me de que aquilo era mais do que uma simples dor muscular.
Como o meu médico de família estava de férias – afinal estávamos em Agosto – fui ao hospital para descortinar a lesão que me atormentava.
Dirigi-me às urgências do Curry Cabral mas psicologicamente preparado para ter de esperar cerca de 8 horas para ser atendido, ou não estamos nós em Portugal.
Surpresa a minha, quando, passadas sensivelmente 2 horas, fui chamado para ser observado. A médica olhou para mim com aquela cara do género “Mais um para despachar”, perguntou-me qual era o problema e eu expliquei-lhe o que se tinha passado.

Ela mandou-me fazer um Raio X e depois aguardar até ser chamado. Passado um quarto de hora, chamou-me, pegou no Raio X e disse: “Você não tem nada, como se pode ver pelo Raio X. Aconselho-o a descansar algum tempo que isso passa. Se não passar vá ao médico de família.”
Ela disse-me isto tudo sem dar uma única olhadela à perna e ao joelho. Claro que eu achei aquele procedimento pouco ortodoxo e disse-lhe “Tem a certeza? É que eu tenho muitas dores e custa-me a andar!”
“Sim, sim, pode ir. Próximo!” disse ela como se tudo tivesse bem…

Como estava de férias segui o conselho ou não seria ela médica!
Claro que passadas duas semanas continuava com as dores no joelho e fui ao médico de família. Ele observou o joelho – como é devido – e apercebeu-se que havia algo de errado, mesmo dizendo que não era médico da especialidade. Mandou-me então fazer um Raio X e um eco grafia.
Só em Setembro é que consegui fazer os dois exames pois não dava para fazer marcação mais cedo. Realizei os exames e fui novamente ao médico de família. O diagnóstico era claro: uma rotura no menisco direito.
O médico passou uma credencial para ir ao Hospital Curry Cabral, marcar uma consulta com o médico da especialidade (ortopedia).

Fui logo lá no dia seguinte para marcar a tal consulta e saber o que me esperava (o mais certo era ser operado). Fui atendido por um funcionário que me disse: “Só tem consulta em Novembro”. Claro que os nervos subiram até à minha poupa do cabelo e respondi intempestivamente: “Desculpe lá, mas você está gozar comigo. Eu vim cá às urgências em Agosto quando tive esta lesão e disseram-me que estava tudo bem. Agora que detectaram a lesão, vou ter de esperar dois meses para uma simples consulta?”
O funcionário apercebeu-se que eu tinha razão no que dizia e lá desencalhou uma consulta para Outubro.

Tive que aguardar mais umas semanas até à dita consulta. Quando chegou o dia, o médico especialista observou-me e de pronto disse que tinha de ser operado ao menisco.
A partir daqui entrei numa fase de marcação de exames para ali e para acolá; análises ao sangue, raio X ao tórax, um electrocardiograma e por fim uma consulta com a anestesista.
Por fim, chego a Dezembro para a minha consulta onde o médico ortopedista avalia os exames e diz que estou pronto para ser operado. Só tinha de esperar pela marcação da operação. E tendo em conta o tempo de espera nos hospitais portugueses… as expectativas não eram animadoras.

4 comentários:

MG disse...

Ai em Portugal tem-se tempo para morrer 10 vezes antes que tratem de nos. Enfim... Aguardo a segunda parte.

Um abraço!

AM disse...

Então prepara-te porque a segunda parte desta saga consegue ser ainda mais caricata.
Portugal no seu melhor!
É a vida!

Abraço

Anónimo disse...

o joelho é realmente muito simbólico. deves ter lido o mesmo livro que eu. muito interessante! e eu que gosto de joelhos! tá tudo explicado!

AM disse...

Por acaso não sei a k livro estás a referir-te mas deve ser interessante. Agora, não queiras passar por esta experiência...simplesmente horrivel!!!!